IMPORTANTE - ARTIGO INTERESSANTE SOBRE A FLEXIBILIZAÇÃO DOS PLANOS DE SAÚDE
Saúde suplementar para todos: flexibilização dos planos de saúde
Por Cadri Massuda*
As pesquisas mostram que os planos de saúde estão entre os três maiores desejos de consumo do
brasileiro (junto com casa própria e educação). Apesar de ser comum a divulgação de notícias
colocando esse serviço como alvo de insatisfação dos consumidores, a verdade que essas
reclamações refletem uma porcentagem baixíssima dos usuários atendidos: hoje, somente o
segmento de Medicina de Grupo, atinge anualmente mais de 119 milhões de consultas médicas e
mais de 3,6 milhões de internações hospitalares.
Entretanto, as políticas reguladoras do governo estão cada vez mais dificultando o acesso da
população à saúde suplementar. Com regras cada vez mais rígidas, alta carga tributária e rol
de procedimentos que não condizem com a real necessidade da grande parcela dos beneficiários,
as ações governamentais estão causando o encarecimento e elitizando os planos de saúde.
Um exemplo é a última atualização do rol de procedimento da ANS, que entrou em vigor no início
desse ano, incluindo 87 novos procedimento – sendo 30 medicamentos quimioterápicos via oral
para tratamento domiciliar. Segundo estudo encomendado pela Abramge PR/SC, essas mudanças
trarão um impacto de 3,1% acima da inflação nos custos assistenciais das operadoras.
Sem realizar nenhum estudo financeiro prévio, a Agência impôs a nova cobertura obrigatória
às operadoras, que têm dois caminhos: fechar as portas – resultado esperado para as empresas
de pequeno porte – ou repassar os custos aos seus beneficiários. É importante frisar que, muitos
desses usuários, se consultados, diriam que preferem um plano mais enxuto em cobertura com
custos menores do que um rol que cobre medicamentos pouquíssimo usados e que encarecem a
sua mensalidade.
Por isso, a modulação de seguros de saúde, com produtos formatados conforme as necessidades
do mercado, pode ser uma opção para baratear esse serviço, tornando-os mais acessíveis a maior
parte da população – como é o seu desejo. Além disso, com a possibilidade de planos com coberturas
mais flexíveis, mensalidades mais baixas permitiriam o maior acesso das classes C e D ao público
consumidor das operadoras.
A ANS deveria levar em consideração a possibilidade de estudar a criação de novos produtos e
serviços, pois a realidade vivida pelo Brasil há 16 anos, quando a agência foi criada, não é mais
a mesma para os dias de hoje.
Se por um lado, as empresas de saúde suplementar teriam mais liberdade na oferta de produtos
e serviços; por outro, a população teria mais condições de adquirir esse serviço que tanto deseja,
obtendo melhor qualidade no atendimento à sua saúde e desafogando o SUS.
* Cadri Massuda é presidente da Abramge PR/SC – Associação Brasileira de Medicina de Grupo
Regional Paraná e Santa Catarina |
03/04/2014
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