IMPORTANTE - ARTIGO INTERESSANTE PARA CONHECERMOS O NOSSO SETOR.
ANS deixa 1,1 milhão de pessoas sem plano de saúde
Sempre há mais de uma maneira de enxergar os fatos, sendo as mais recorrentes: a lógica e a
manipulada. Normalmente, veremos mais a manipulada, infelizmente.
Autor: Roberto Lacerda Barricelli
21/09/2014 - 09:00
http://www.odebate.com.br/ideias-em-debate/ans-deixa-1-1-milhao-de-pessoas-sem-plano-de-saude-12-09-2014.html
Se pesquisarem na mídia, verão como notícia: “ANS suspende a venda de 123 planos de saúde”, isso
naqueles veículos que se dizem “imparciais” e tentam passar essa imagem, em outros, verão:
“Operadoras prestam serviço ruim e tem seus planos suspensos” e naqueles realmente ideológicos:
“Grandes corporações da planos de saúde desrespeitam clientes e são punidas pela ANS
(ou”pelo Governo”)”.
Não mencionarão também que a ANS suspendeu a prestação do serviço daqueles que já possuem
planos dessas operadoras. Contudo, a realidade é uma só. A ANS prejudicou os consumidores, como
já vem prejudicando desde o dia de sua criação. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
coloca tantas regulamentações sobre o setor de saúde, que os planos das operadoras que atendem
pessoas físicas são 75% mais caros que aquelas que atendem pessoas jurídicas e de planos por
adesão, onde a regulamentação é pouca.
Isso já serve para demonstrar o custo que a agência gera àqueles consumidores que mais necessitam
do serviço: o cidadão “comum”. Por cidadão “comum” entenda-se que me refiro àqueles que não
possuem planos de saúde via empresas, mas que pagam planos individuais e/ou familiares via pessoa
física. Acima disso tudo, me refiro aos que não possuem plano de saúde algum, ou seja, os mais
pobres e que recorrem ao esquizofrênico Sistema Único de Saúde (SUS).
É simples, a ANS promove um custo de 75% a mais para os consumidores de planos de saúde
individuais e, assim, acaba por excluir do acesso ao serviço justamente os consumidores mais pobres
e que poderiam ter acesso a um plano de saúde privado, que mesmo não sendo uma maravilha
(também com muita culpa da ANS novamente) consegue ser bem melhor que o SUS. Ao mesmo
tempo em que promove o encarecimento, a ANS também promove o sucateamento dos planos de
saúde, pois as operadoras, para não falirem, se veem obrigadas a cortas custos e criar regras mais
rígidas para seus clientes, assim como diminuir a qualidade do serviço oferecido.
Então, o que faz a ANS? Coloca-se como a única capaz de resolver “falhas do mercado” (causadas
por ela) e aumenta a quantidade de regulamentações, levando a mais corte de custos, fechamento
de operadoras, suspensão de planos, encarecimento do produto/serviço e sucateamento do mesmo.
E fica nesse ciclo vicioso! Com o fim da ANS, o livre mercado promoverá o aumento considerável da
concorrência, e como sempre ocorre, a livre concorrência obrigará os prestadores de serviços a
melhorar o que oferecem e baixar preços, para não perderem clientes ao concorrente e não irem
à bancarrota.
A extinção dos custos gerados pela ANS permitirão uma “folga” ampla para que as operadoras façam
os ajustes necessários. Mas e o consumidor? Ora, ele terá acesso a planos melhores e mais baratos.
Não só isso, os consumidores de baixa renda terão acesso também, o que hoje é raro e quando
ocorre são serviços quase tão ruins quanto o SUS. E quanto aos contratos e coberturas? Bem, os
consumidores terão que se atentar a eles e aprenderem a negociar com os prestadores de serviços.
Dizer que essa tarefa deve ser do Estado é o mesmo que afirmar que um bando de burocratas,
isolados em Brasília, sem contato algum com os cidadãos, são capazes de decidir o que é melhor para
cada indivíduo, que não conhecem, melhor do que o próprio indivíduo. Chega de contratar mais do
que precisamos, usamos ou queremos. Nosso direito de escolha deve ser respeitado e nosso
bolso poupado. O que a ANS fez recentemente não foi benéfico aos clientes dos planos de
saúde suspensos.
Ora, você tem 13.009 reclamações e tenta arrumar tudo deixando 1,1 milhão sem o serviço? Como
isso ajudou? Os que reclamaram ficaram de vez sem os atendimentos e os que não reclamaram (ou
estavam satisfeitos), que são mais de 98%, ficaram sem o serviço também. No fim, qual o resultado
positivo? Ah, esperam que as operadoras melhores o serviços para recuperarem seus planos? E
enquanto isso, o que fazem os 1,1 milhão de consumidores prejudicados com a atitude da ANS?
Vão para o SUS? Estarão mais bem atendidos no sistema de saúde mais esquizofrênico existente?
Se a situação já estava ruim , tudo que a ANS conseguiu foi piorá-la.
*Roberto Lacerda Barricelli é jornalista, Assessor de Imprensa do Instituto Liberal e Diretor de
Comunicação do Instituto Pela Justiça. |
21/09/2014
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