IMPORTANTE - TECNOLOGIA E PREVENÇÃO SÃO INVESTIMENTOS PARA CONTER OS AUMENTOS.
Racionalizar a incorporação de novas tecnologias de saúde, investir em atenção básica e em
programas de prevenção e estimular o uso consciente do plano pelos pacientes são as principais
medidas defendidas por especialistas, operadoras e governo na tentativa de impedir que o aumento
dos gastos de saúde faça com que o convênio médico se torne, no futuro, um serviço que poucos
poderão pagar.
Se já é certo que o número de pacientes idosos nos planos subirá ano a ano, o esforço das
operadoras deve se concentrar em promover um envelhecimento saudável dos seus beneficiários,
diminuindo, assim, fatores de risco para doenças graves que levam ao aumento dos gastos.
É por isso que uma das principais medidas estimuladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) é a oferta de programas de prevenção e promoção da saúde.
“Com as mudanças demográficas e o envelhecimento da população, aumenta a prevalência de
doenças crônicas não transmissíveis, como problemas cardiovasculares, diabete. Combatendo o
tabagismo, o sedentarismo e hábitos alimentares indevidos, esses programas melhoram a condição
de saúde da população e impactam num menor custo assistencial das operadoras”, diz Raquel
Lisbôa, gerente-geral de regulação assistencial da ANS.
A agência regulamentou esse tipo de iniciativa em 2005, oferecendo pontuação extra no índice de
desempenho das operadoras àquelas empresas que oferecerem iniciativas do tipo. Nos últimos três
anos, o número de programas cadastrados no órgão governamental passou de 820, em dezembro de
2012, para os atuais 1.367.
Há operadoras que, além de oferecer acompanhamento médico, nutricional e psicológico, dão
bonificações aos clientes que se engajam nos projetos preventivos. Do total de programas existentes,
cerca de 300 dão algum incentivo, como descontos em academias e em restaurantes. Dois projetos
dão desconto na mensalidade ao participante do projeto.
“A regra da ANS, no entanto, diz que as bonificações não podem estar atreladas aos indicadores de
saúde do paciente, mas ao fato de ele participar ou não do programa”, diz Raquel.
Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa as maiores
operadoras do País, os programas de prevenção têm papel importante para ajudar a manter as
despesas sob controle, mas não bastam.
O peso da oferta de novas terapias e medicamentos não deve ser desconsiderado. “Entre os ajustes
necessários no setor estão disciplinar as incorporações de novas tecnologias de acordo com critérios
de custo-efetividade, custo-utilidade e custo-benefício; formular diretrizes de utilização para que se
evitem prescrições médicas que não encontram respaldo nas melhores evidências científicas;
reformular o modelo de remuneração dos prestadores de serviços, valorizando resultados clínicos;
conter a judicialização do setor, seguindo regras contratuais e legisladas e criar mecanismos para
coibir fraudes”, defende José Cechin, diretor executivo da FenaSaúde.
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28/07/2015
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