IMPORTANTE - DIFICULDADES DO ESTADO AGRAVA SITUAÇÃO DAS UPAS REFORÇANDO A NECESSIDADE DE PLANOS DE SAÚDE PARA BAIXA RENDA.
Os cortes de pessoal nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Pernambuco estão
chegando a plantonistas médicos e dentistas.
Gil Brasileiro, presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos de Pernambuco, entidade que
congrega organizações sociais contratadas para a gerência das unidades, explica que o
enxugamento foi negociado com a Secretaria Estadual de Saúde e atinge plantões noturnos.
Ele não soube precisar quantos postos de trabalho estão sendo fechados, mas estima que chegue
de 15% a 20%, considerando principalmente outros profissionais de saúde. Os cortes atingiram
primeiro o administrativo, serviço social, entre outras áreas.
Nos plantões, as opções são reduzir o número de médicos, por especialidade. Em vez de dois,
manter um pediatra, por exemplo.
Há informações de que pediatras já começaram a ser dispensados e a pedir demissão.
Os cortes são motivados, conforme Brasileiro, pela crise. Os contratos com as OSs deveriam ter
recebido este ano 10% de aumento, mas o reajuste não foi aplicado.
Além da inflação maior e do congelamento por dez anos da tabela SUS, estão atrasados repasses
estaduais. As UPAs, por exemplo, ainda não receberam o pagamento estadual de julho. Cada uma
recebe em média R$ 500 mil do Ministério da Saúde e R$ 700 mil do Estado, mensalmente.
Mas pela primeira vez, este ano, os recursos começaram a atrasar. Isso implica em salários
atrasados para os trabalhadores também. Outros ajustes nas contas estão sendo feitos, nas
unidades de pronto-atendimento e nos hospitais filantrópicos das mesmas organizações, também
vinculados ao SUS.
“No Tricentenário, cortamos o suco e a salada dos funcionários e dos acompanhantes dos
pacientes”, conta Brasileiro. Compras de medicamentos passaram a ser semanais, diante da
incerteza de recursos. |
02/09/2015
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